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FILOSOFIA














FILOSOFIA

Filosofia (do grego Φιλοσοφία, philosophia, literalmente "amor pela sabedoria"[1][2][3][4]) é o estudo de questões gerais e fundamentais[5][6][7] sobre a existência, conhecimento, valores, razão, mente, e linguagem; frequentemente colocadas como problemas[8][9] a se resolver. 
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AMOR PELA SABEDORIA
      sabedoria tem a ver com prudência
         nada a ver com inteligência
         nada a ver com conhecimento
     prudência para a vida e a convivência
ESTUDA - QUESTIONA
     é a origem da ciência
          a ciência= questionamento + método científico
          a filosofia questiona tudo
               método é só o pensar, observar
     diferente  da religião e a teologia
          religião usa dogmas (inquestionáveiis)
          teologia busca resposta prontas
               não questiona de verdade
               ajusta dogmas às realidades
     Verdades são e devem ser questionadas
          se forem verdades não mudarão
          Deus é verdade? Bíblia é verdade?
               Eu acredito que sim
               tanto que não tenho medo de questioná-los          
QUESTÕES GERAIS-FUNDAMENTAIS
     resposta que responde toda questão
     exemplo: "amor dinheiro" causa todos males
EXISTÊNCIA
     Existência é a qualidade de tudo que
          seja real ou existe, 
          é base de todas outras coisas. 
     porque e como coisas existem?
     o que é o nada e como existe?
CONHECIMENTO
     é o ato ou efeito de conhecer. 
     Como por exemplo: 
          conhecimento das leis; 
          conhecimento de um fato; 
          conhecimento de um documento; 
     No conhecimento há dois elementos básicos: 
          o sujeito (cognoscente) 
          e o objeto (cognoscível), 
VALORES
     importante, prioridade, determinante à vida
     ética, moral, convivência, princípios
RAZÃO 
     motivo, justificativa
MENTE 
     ideia, raciocínio, argumento, compreensão
LINGUAGEM
     fazer-se compreender
PROBLEMAS A SE RESOLVER
     tudo é motivo a se questionar
     qualquer hipótese tem grande possibilidade


O termo provavelmente foi cunhado por Pitágoras (c. 570 – 495 a.C.). Os métodos filosóficos incluem o questionamento, a discussão crítica, o argumento racional e a apresentação sistemática.[10] 
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MÉTODOS FILOSÓFICOS
     questiontamento
          tudo é objeto de pesquisa
          a dúvida é saudável a tudo
     discussão crítica
          tese, antítese, síntese
     argumento racional
          nada é sobrenatural
          tudo tem uma explicação racional
     apresentação sistemática
          conhecimentos sistematizados
          ideias hierarquizadas


As questões filosóficas clássicas incluem: É possível saber qualquer coisa e provar que se sabe?[11][12][13] O que é mais real? Os filósofos também colocam questões mais práticas e concretas, como: Existe uma maneira melhor de se viver? É melhor ser justo ou injusto (se houver como se safar)?[14] Os seres humanos têm livre arbítrio?[15]
QUESTÕES FILOSÓFICAS
     é possível saber qualquer coisa?
     é possível provar que se sabe?
     o que é mais real?
     como viver melhor?
     melhor ser justo ou injusto?
          se não houvesse consequências ruins
     ser humano tem livre arbítrio?




Historicamente, a "filosofia" englobava qualquer corpo de conhecimento.[16] Desde o tempo do filósofo grego antigo Aristóteles até o século XIX, a "filosofia natural" abrangia a astronomia, a biologia, a medicina e a física.[17] Por exemplo a obra de Newton, Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica (1687) mais tarde classificada como um livro de física. No século XIX, o crescimento das universidades de pesquisa modernas levou a filosofia acadêmica e outras disciplinas a se profissionalizar e se especializar.[18][19]



Outras investigações intimamente relacionadas à arte, ciência, política ou outras atividades continuaram parte da filosofia. Por exemplo, a beleza é objetiva ou subjetiva?[20][21] Existem muitos métodos científicos ou apenas um?[22] A utopia política é um sonho esperançoso ou apenas fantasia?[23][24][25] 
     Umas investigações se tornaram ciência
     Outras continuam na filosofia
          beleza, métodos científicos, utopia política


Os principais subcampos da filosofia acadêmica incluem 
a metafísica ("preocupa-se com a natureza fundamental da realidade e do ser"),[26] 
epistemologia (sobre a "natureza e bases do conhecimento [e] ... seus limites e validade"[27]), 




Definição de filosofia
Etimologia

A palavra "filosofia" (do grego) é uma composição de duas palavras: philos (φίλος) e sophia (σοφία). A primeira é uma derivação de philia (φιλία) que significa amizade, amor fraterno e respeito entre os iguais; a segunda significa sabedoria ou simplesmente saber. Filosofia significa, portanto, amizade pela sabedoria, amor e respeito pelo saber; e o filósofo, por sua vez, seria aquele que ama e busca a sabedoria, tem amizade pelo saber, deseja saber.[28]

A tradição atribui ao filósofo Pitágoras de Samos (que viveu no século V a.C.) a criação da palavra. Conforme essa tradição, Pitágoras teria criado o termo para modestamente ressaltar que a sabedoria plena e perfeita seria atributo apenas dos deuses; os homens, no entanto, poderiam venerá-la e amá-la na qualidade de filósofos.

A palavra philosophía não é uma invenção moderna a partir de palavras gregas,[29] mas um empréstimo tomado da própria língua grega; os termos φιλοσοφος (philosophos) e φιλοσοφειν (philosophein) já teriam sido empregados por alguns pré-socráticos[30] (Heráclito, Pitágoras e Górgias) e pelos historiadores Heródoto e Tucídides. Em Sócrates e Platão, é acentuada a oposição entre σοφία e φιλοσοφία, em que o último termo exprime certa modéstia e certo ceticismo em relação ao conhecimento humano.





Visão histórica

Em um sentido geral, a filosofia é associada à sabedoria, cultura intelectual e à busca de conhecimento. 
Nesse sentido, todas as culturas e sociedades letradas fazem perguntas filosóficas como "como viver" e "qual é a natureza da realidade". 
Como uma concepção ampla e imparcial, a filosofia serve de investigação fundamentada em assuntos como realidade, moralidade e vida em todas as civilizações do mundo.[31]




Filosofia ocidental
         
Sócrates (469 a.C. - 399 a.C.)      Platão (428 a.C. - 347 a.C.)

  1. A Filosofia ocidental é a tradição filosófica do mundo ocidental e data de pensadores pré-socráticos que eram ativos na Grécia Antiga no século VI a.C., como Tales (c. 624-546 a.C.) e Pitágoras (c. 570-495 a.C. que praticavam um "amor à sabedoria" (philosophia)[32] e também foram denominados physiologoi (estudantes de physis, ou natureza). 
  2. Sócrates era um filósofo muito influente, que insistia em dizer que não possuía "sabedoria", mas sim que era um "perseguidor da" sabedoria.[33]
  3. A era antiga foi dominada pelas escolas filosóficas gregas que surgiram dos vários alunos de Sócrates, como Platão, que fundou a Academia Platônica e seu aluno Aristóteles,[34] fundando a Escola peripatética, ambos extremamente influentes na tradição ocidental. 
  4. Outras tradições incluem o cinismo, o estoicismo, o ceticismo e o epicurismo
  5. Os tópicos importantes abordados pelos gregos incluíam a metafísica (com teorias concorrentes como atomismo e monismo), cosmologia, a natureza da vida bem vivida (eudaimonia), a possibilidade do conhecimento e a natureza da razão (logos). 
  6. Com a ascensão do Império Romano, a filosofia grega também foi cada vez mais discutida em latim por romanos como Cícero e Séneca
  7. Toda a teologia e filosofia cristã, judaica e islâmica posterior foi influenciada por platonismo e aristotelismo.




  1. O início da filosofia ocidental moderna começa com pensadores como Thomas Hobbes e René Descartes (1596-1650).[35] 
  2. Após o surgimento das ciências naturais, a filosofia moderna se preocupou em desenvolver uma base secular e racional para o conhecimento e afastou-se das estruturas tradicionais de autoridade como a religião, o pensamento escolástico e a Igreja (=praticados durante a idade média)
  3. Os principais filósofos modernos incluem Spinoza, Leibniz, Locke, Berkeley, Hume e Kant.[36][37][38]




Grécia Antiga

  1. A filosofia grega antiga teve início no século VI a.C. e se estendeu até a decadência do Império Romano no século V d.C. 
  2. Pode-se dividi-la em quatro períodos:
    (1) o período dos pré-socráticos;
    (2) um período humanista, em que Sócrates e os sofistas trouxeram as questões morais para o centro do debate filosófico;
    (3) o período áureo da filosofia em Atenas, em que despontaram Platão e Aristóteles;
    (4) e o período helenístico.
    Às vezes, se distingue um quinto período, que compreende os primeiros filósofos cristãos e os neoplatonistas.[39] 
  3. Os primeiros filósofos gregos, geralmente chamados de pré-socráticos, dedicaram-se a especulações sobre a constituição e a origem do mundo. 
  4. O principal intuito desses filósofos era descobrir um elemento primordial, eterno e imutável que fosse a matéria básica de todas as coisas. 
  5. Essa substância imutável era chamada de physis (palavra grega cuja tradução literal seria natureza, mas que na concepção dos primeiros filósofos compreendia a totalidade dos seres, inclusive entidades divinas),[40] e, por essa razão, os primeiros filósofos também foram conhecidos como os physiologoi (literalmente “fisiólogos”, isto é, os filósofos que se dedicavam ao estudo da physis).[41]



  1. Na transição do século IV para o século III a.C., durante o período helenístico, formam-se duas escolas filosóficas cujos ensinamentos representam uma clara mudança de ênfase em relação à Academia de Platão e à escola peripatética de Aristóteles. Sua preocupação é principalmente a redenção pessoal.

  2. Tanto para Epicuro (ca. 341-270 a.C.) e seus seguidores como para Zenão de Cítio e demais estoicos o principal objetivo da filosofia deveria ser a obtenção da serenidade de espírito.

  3. As duas escolas também se assemelham na crença de que esse objetivo passa por uma espécie de harmonização entre o indivíduo e a natureza, mas divergem quanto à forma de se realizar essa harmonização.

  4. Para Epicuro, a sintonia com a natureza supõe a aceitação das necessidades e desejos naturais e dos prazeres sensoriais. Dessa forma, ele preconiza a fruição moderada dos prazeres e a comedida gratificação dos desejos.[42] :214

  5. Os estoicos, por outro lado, sustentavam a crença de que o cosmos e os seres humanos partilhavam do mesmo logos divino. O ideal filosófico de vida seria, na concepção dos estoicos, a adesão à necessidade racional da natureza e o desenvolvimento de uma absoluta imperturbabilidade (ataraxia) em relação aos fatos e eventos do mundo.[42]:361





Roma Antiga

  1. Roma conheceu e assimilou a literatura, a filosofia e o teatro da Grécia mas logo desenvolveu o próprio estilo; 

  2. os romanos adotaram o hábito da leitura e da escrita influenciados pelos gregos, assim, a arte de ler, escrever e falar em público (oratória) se tornou essencial na educação dos cidadãos.[48]

  3. Na filosofia, adoram valores éticos gregos e voltaram-se para a valorização da moral.[48]

  4. Os principais filósofos romanos são Cícero, Marco Aurélio, Sêneca, Horácio e Macróbio.




Filosofia medieval

  1. A filosofia medieval é a filosofia da Europa ocidental, oriental (Império Bizantino) e do Oriente Médio durante a Idade Média.

  2. Começa, aproximadamente, com a cristianização do Império Romano e encerra-se com a Renascença.

  3. A filosofia medieval pode ser considerada, em parte, como prolongamento da filosofia greco-romana[49] e, em parte, como uma tentativa de conciliar o conhecimento secular e a doutrina sagrada.[50]

  4. As filosofias judaica, cristã e islâmica se derivaram principalmente do platonismo, junto com discussões aristotélicas e outros discursos do raciocínio grego, como o estoicismo.[51][52][53][54][55][56][57][58]

  5. Antes do início da era medieval, Agostinho de Hipona foi o principal expoente da patrística e, com outros neoplatônicos, influenciou toda a filosofia no pensamento cristão ocidental.[59]


São Tomás de Aquino, detalhe do "Triunfo de São Tomás de Aquino" (1631) de Francisco de Zurbarán



  1. A Idade Média carregou por muito tempo o epíteto depreciativo de "idade das trevas" ou "período obscura",[60] atribuído pelos humanistas renascentistas; e a filosofia desenvolvida nessa época padeceu do mesmo desprezo.

  2. No entanto, essa era de aproximadamente mil anos foi o mais longo período de desenvolvimento filosófico na Europa e um dos mais ricos.

  3. Jorge Gracia defende que “em intensidade, sofisticação e aquisições, pode-se corretamente dizer que o florescimento filosófico no século XIII rivaliza com a época áurea da filosofia grega no século IV a. C.”.[61]

  4. Entre os filósofos medievais do ocidente, merecem destaque, como Boécio, João Escoto Erígena, Anselmo de Cantuária, Pedro Abelardo, Alberto Magno, Roger Bacon, Boaventura de Bagnoregio, Tomás de Aquino, João Duns Escoto, Guilherme de Ockham, Hugo de São Vitor, Eckhart de Hochheim e Raimundo Lúlio;

    no oriente os bizantinos Prisco de Pânio, Leão, o Matemático e Miguel Pselo;

    na civilização islâmica, Avicena, Averróis, Avempace, Alfarábi, Algazali, Alquindi e Surauardi;

    entre os judeus, Moisés Maimônides e Salomão ibne Gabirol.



  1. Tomás de Aquino (1225-1274), fundador do tomismo, exerceu influência inigualável na filosofia e na teologia medievais.

  2. Em sua obra, ele deu grande importância à razão e à argumentação, e procurou elaborar uma síntese entre a doutrina cristã e a filosofia aristotélica.

  3. A filosofia de Tomás de Aquino representou uma reorientação significativa do pensamento filosófico medieval, até então muito influenciado pelo neoplatonismo e sua reinterpretação agostiniana.
O Homem vitruviano, de Leonardo Da Vinci, resume vários dos ideais do pensamento renascentista.

A transição da Idade Média para a Idade Moderna foi marcada pelo Renascimento e pelo Humanismo.[62]

  1. Nesse período de transição, a redescoberta de textos da Antiguidade[63] contribuiu para que o interesse filosófico saísse dos estudos técnicos de lógica, metafísica e teologia e se voltasse para estudos ecléticos nas áreas da filologia, da moralidade e do misticismo.

  2. Os estudos dos clássicos e das letras receberam uma ênfase inédita e desenvolveram-se de modo independente da escolástica tradicional.

  3. A produção e disseminação do conhecimento e das artes deixam de ser uma exclusividade das universidades e dos acadêmicos profissionais, e isso contribui para que a filosofia vá aos poucos se desvencilhando da teologia.

  4. Em lugar de Deus e da religião, o conceito de homem assume o centro das ocupações artísticas, literárias e filosóficas.[64]



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busca-confirmação da verdade

    1. O renascimento revigorou a concepção da natureza como um todo orgânico, sujeito à compreensão e influência humanas.

    2. De uma forma ou de outra, essa concepção está presente nos trabalhos de Nicolau de Cusa, Giordano Bruno, Bernardino Telesio e Galileu Galilei.

    3. Essa reinterpretação da natureza é acompanhada, em muitos casos, de um intenso interesse por magia, hermetismo e astrologia — considerados então como instrumentos de compreensão e manipulação da natureza. 

    4. À medida que a autoridade eclesial cedia lugar à autoridade secular e que o foco dos interesses voltava-se para a política em detrimento da religião, as rivalidades entre os Estados nacionais e as crises internas demandavam não apenas soluções práticas emergenciais, mas também uma profunda reflexão sobre questões pertinentes à filosofia política.

    5. Desse modo, a filosofia política, que por vários séculos esteve dormente, recebeu um novo impulso durante o Renascimento.

    6. Nessa área, destacam-se as obras de Nicolau Maquiavel e Jean Bodin.[65]




    Filosofia do Oriente Médio
    Detalhe de uma gravura de Zoroastro no Clavis Artis (1738), um manuscrito de alquimia

    As regiões do Crescente Fértil, Irã e Arábia abrigam a literatura sapiencial filosófica mais antiga que se conhece e hoje são dominadas principalmente pela cultura islâmica; a literatura sapiencial primitiva do Crescente Fértil era um gênero que procurava instruir as pessoas sobre ação ética, vida prática e virtude através de histórias e provérbios. No Egito antigo, esses textos eram conhecidos como sebayt ('ensinamentos') e são fundamentais para nosso entendimento da filosofia egípcia antiga. A astronomia babilônica também incluiu muitas especulações filosóficas sobre cosmologia que podem ter influenciado os gregos antigos. A filosofia judaica e a filosofia cristã são tradições religio-filosóficas que se desenvolveram no Oriente Médio e na Europa, que compartilham certos textos judaicos antigos (principalmente os Tanakh) e crenças monoteístas. Pensadores judeus, como os Gueonim das Academias Talmúdicas da Babilônia e Maimônides, se envolveram com a filosofia grega e islâmica. Mais tarde, a filosofia judaica passou por fortes influências intelectuais ocidentais e inclui as obras de Moisés Mendelssohn, que inaugurou a Haskalah (o Iluminismo Judaico), o existencialismo judaico e o judaísmo reformista.

    A filosofia iraniana pré-islâmica começa com o trabalho de Zoroastro, um dos primeiros promotores do monoteísmo e do dualismo entre o bem e o mal. Essa cosmogonia dualista influenciou desenvolvimentos iranianos posteriores, como o maniqueísmo, o mazdaismo e o zurvanismo.

    Após as conquistas muçulmanas, a filosofia islâmica primitiva desenvolveu as tradições filosóficas gregas em novas direções inovadoras. Esta Idade de ouro islâmica (Filosofia islâmica clássica) influenciou os desenvolvimentos intelectuais europeus. As duas principais correntes do pensamento islâmico primitivo são: Kalam, que se concentra na teologia islâmica e Falsafa, baseada no aristotelianismo e no neoplatonismo. O trabalho de Aristóteles foi muito influente entre os falsafa, como Alquindi (século IX), Avicena (980 – junho de 1037) e Averroes (século XII). Outros, como Algazali, criticaram profundamente os métodos do falsafa aristotélico. Os pensadores islâmicos também desenvolveram um método científico, a medicina experimental, uma teoria da ótica e uma filosofia jurídica. Ibne Caldune foi um pensador influente na filosofia da história.

    Filosofia indiana
    Ver artigos principais: Filosofia oriental e Filosofia indiana

    A Filosofia indiana (em sânscrito: darśana; 'visão de mundo', 'ensinamentos')[66] refere-se às diversas tradições filosóficas que surgiram desde os tempos antigos no subcontinente indiano. O jainismo e o budismo se originaram no final do período védico, enquanto o hinduísmo emergiu como uma fusão de diversas tradições, começando após o final do período védico.

    Os hindus geralmente classificam essas tradições como ortodoxas ou heterodoxas — āstika ou nāstika — dependendo se aceitam a autoridade dos Vedas e as teorias de Brâman e Atman (alma, eu) contida nelas.[67][68] As escolas ortodoxas incluem as tradições hindus do pensamento, enquanto as escolas heterodoxas incluem as tradições budista e jainista.[69] Outras escolas incluem o Ajñana, Ajivika e Cārvāka que se extinguiu ao longo de sua história.[70][71]

    Os importantes conceitos filosóficos indianos compartilhados pelas filosofias indianas incluem dharma, karma artha, Kama, dukkha (sofrimento), anitya (anicca, impermanência), dhyana (jhana, meditação), renúncia (com ou sem monasticismo ou ascetismo), vários samsara com ciclos de renascimento, moksha (nirvana, kivali, libertação de renascimento) e virtudes como ahimsa.[72][73]


    Filosofia budista
    Ver artigo principal: Filosofia budista

    A filosofia budista começa com o pensamento de Gautama Buda (fl. entre o sexto e o quarto séculos a.C.) e é preservada nos primeiros textos budistas. Originou-se na Índia e depois se espalhou para o Leste Asiático, o Tibete, a Ásia Central e o Sudeste Asiático, desenvolvendo tradições sincréticas nessas regiões. Os ramos Mahayana de pensamento budista são as tradições filosóficas dominantes nas regiões do Leste Asiático, como China, Coréia do Sul e Japão. As formas Theravada são dominantes em países do Sudeste Asiático, como Sri Lanka, Birmânia e Tailândia.

    A avidyā (ignorância) à verdadeira natureza das coisas é considerada uma das raízes do sofrimento (dukkha), A filosofia budista preocupa-se com a epistemologia, a metafísica, a ética e a psicologia. Os textos filosóficos budistas também devem ser entendidos no contexto de práticas meditativas que supostamente devem causar certas mudanças cognitivas.[74]:8 Os principais conceitos inovadores incluem as Quatro Nobres Verdades como uma análise do sofrimento, anicca (impermanência) e anatta (não-eu).[75][76]

    Após a morte de Buda, vários grupos começaram a sistematizar seus principais ensinamentos, eventualmente desenvolvendo sistemas filosóficos abrangentes denominados 'Abhidharma'.[74]:37 Seguindo as escolas de Abhidharma, filósofos Mahayana como Nagarjuna e Vasubandhu desenvolveu as teorias de shunyata (vazio de todos os fenômenos) e vijñapti-matra (apenas aparência), uma forma de fenomenologia ou idealismo transcendental. A escola Dignāga do pramaṇa (literalmente. meios de conhecimento) promoveu uma forma sofisticada de lógica budista. Havia inúmeras escolas, sub-escolas e tradições da filosofia budista na Índia. Segundo o professor de filosofia budista de Oxford Jan Westerhoff, as principais escolas indianas de 300 a.C. a 1000 d.C. foram:[74]:xxivA tradição Mahāsāṃghika
    As escolas Sthavira que incluem Sarvāstivāda, Sautrāntika, Vibhajyavāda (mais tarde conhecida como Theravada no Sri Lanka) e a tradição Pudgalavāda.
    As escolas Mahayana, principalmente o Madhyamaka, Yogachara, Tathāgatagarbha e Tantra.
    Filosofia hindu
    Ver artigo principal: Filosofia hindu

    As escolas ortodoxas baseadas nos Vedas fazem parte das tradições hindus e são tradicionalmente classificadas em seis darsanas: Nyaya, Vaisheshika, Samkhya, Yoga, Mimāṃsā e Vedanta.[77][78] Os Vedas como fonte de conhecimento foram interpretados de maneira diferente por essas seis escolas de filosofia hindu, com graus variados de sobreposição. Eles representam uma "coleção de visões filosóficas que compartilham uma conexão textual", segundo Chadha.[79] Eles também refletem uma tolerância a uma diversidade de interpretações filosóficas dentro do hinduísmo, compartilhando o mesmo fundamento.[80]

    Alguns dos primeiros textos místicos e filosóficos hindus sobreviventes são os Upanishads de período védico tardio (1000–500 a.C.). Filósofos hindus das seis escolas desenvolveram sistemas de epistemologia (pramana) e investigaram tópicos como metafísica, ética, psicologia (guna), hermenêutica e soteriologia dentro da estrutura do conhecimento védico, apresentando uma diversificada coleção de interpretações.[81][82][83] Essas escolas de filosofia aceitavam os Vedas e o conceito védico de Atman e Brahman ,[78] diferente das seguintes religiões indianas que rejeitavam a autoridade dos Vedas:[71]Cārvāka, uma escola de materialismo que aceita a existência do livre arbítrio.[84][85]
    Ājīvika, uma escola materialista que negava a existência do livre arbítrio.[86][87]
    Budismo, uma filosofia que nega a existência de atman (alma imutável, eu)[88][89][90][91] e baseia-se nos ensinamentos e na iluminação de Gautama Buddha.
    Jainismo, uma filosofia que aceita a existência do ātman (alma, Eu), mas é baseada nos ensinamentos de vinte e quatro professores ascéticos conhecidos como tirthankaras, com Rishabha como o primeiro e Mahavira como o vigésimo quarto.[92]

    As seis escolas ortodoxas comumente nomeadas ao longo do tempo levaram ao que foi chamado de "síntese hindu", como exemplificado por suas escrituras: Bhagavad Gita.[93][94][95]
    O jainismo defende a Tattvartha Sutra — a não violência, a não possessão e a não determinação — a partir de um vitalismo universal.[96] Sadhvis (freiras) jainistas meditando
    Filosofia jainista
    Ver artigo principal: Filosofia jainista

    A filosofia jainista aceita o conceito de alma permanente (jiva) como uma das cinco astikayas, ou infinitas categorias eternas que compõem a substância da existência. As outras quatro sendo dharma, adharma, akasha (espaço) e pudgala (matéria). O pensamento jainista separa completamente a matéria da alma.[97] Possui duas subtradições principais: Digambara (vestido de céu, nu) e Svetambara (vestido de branco), juntamente com várias outras tradições menores, como Terapanthis.[98] O asceticismo é uma grande virtude monástica no jainismo.[99]

    Os textos jainistas como o Tattvartha Sutra declare que a fé correta, o conhecimento correto e a conduta correta são o caminho para a libertação.[100]

    O pensamento jainista sustenta que toda a existência é cíclica, eterna e não criada.[101][102]

    O Tattvartha Sutra é a primeira compilação conhecida, mais abrangente e autorizada da filosofia Jain.[103][104]

    Filosofia do Leste Asiático
    "Confúcio" (1770), ilustração do filósofo chinês

    O pensamento filosófico do leste asiático começou na China antiga e a filosofia chinesa começou durante a dinastia Zhou ocidental e nos seguintes períodos após sua queda, quando a "cem escolas de pensamento" floresceram (século VI a 221 a.C.).[105][106] Esse período foi caracterizado por importantes desenvolvimentos intelectuais e culturais e viu o surgimento das principais escolas filosóficas da China, o Confucionismo, o Legalismo e o Daoísmo, além de numerosos outras escolas menos influentes. Essas tradições filosóficas desenvolveram teorias metafísicas, políticas e éticas, como o Tao, o Yin e yang, Ren e Li que, juntamente com o Budismo chinês, influenciaram diretamente a filosofia coreana, a filosofia vietnamita e a filosofia japonesa (que também inclui a tradição nativa xintoísta). O budismo começou a chegar à China durante a dinastia Han (206 a.C. – 220 d.C.), através da Rota da Seda e por influências nativas desenvolveram formas chinesas distintas (como Chan/Zen) que se espalharam por toda a esfera cultural do Leste Asiático. Durante as dinastias chinesas posteriores como a Dinastia Ming (1368-1644), bem como na Coréia do Norte (dinastia Joseon) (1392-1897), um ressurgente Neo-Confucionismo liderado por pensadores como Wang Yangming (1472-1529) tornou-se a escola dominante de pensamento e era promovida pelo estado imperial.

    Na era moderna, os pensadores chineses incorporaram ideias da filosofia ocidental. A filosofia marxista chinesa se desenvolveu sob a influência de Mao Zedong, enquanto um pragmatismo chinês sob a ascensão de Hu Shih e o neoconfucionismo foi influenciado por Xiong Shili. Enquanto isso, o pensamento japonês moderno se desenvolveu sob fortes influências ocidentais, como o estudo das ciências ocidentais (Rangaku) e a sociedade intelectual modernista (Meirokusha) que se inspirou no pensamento iluminista europeu. O século XX viu a ascensão do Xintoísmo estatal e também do Fascismo japonês e do nacionalismo japonês. A Escola de Kyoto, a escola filosófica japonesa influente e única, desenvolvida a partir da fenomenologia ocidental e da filosofia budista medieval japonesa, como a de Dogen.

    Filosofia africana
    Ver artigo principal: Filosofia africana

    A filosofia africana é aquela produzida pelo povo africano, filosofia que apresenta visões de mundo, ideias e temas africanos, ou filosofia que usa métodos filosóficos africanos distintos. O pensamento africano moderno foi ocupado com Etnofilosofia, definindo o próprio significado da filosofia africana e suas características únicas e o que significa ser africano.[107] Durante o século XVII, a filosofia etíope desenvolveu uma tradição literária robusta, como exemplificado por Zera Yacob. Outro filósofo africano antigo foi Anton Wilhelm Amo (c. 1703-1759), que se tornou um respeitado filósofo na Alemanha. Acadêmicos consideram que Yacob e Amo investigaram questionamentos filosóficos similares a alguns encontrados no Iluminismo, antecedendo Descartes e Kant.[108][109][110] Ideias filosóficas africanas distintas incluem Ujamaa, a ideia Bantu de Força, a Negritude, o Pan-Africanismo e oUbuntu. O pensamento africano contemporâneo também viu o desenvolvimento da filosofia profissional e da filosofia africana, a literatura filosófica da diáspora africana, que inclui correntes como o existencialismo negro dos afro-americanos. Os pensadores africanos modernos são influenciados pelo marxismo, literatura afro-americana, teoria crítica, teoria crítica da raça, pós-colonialismo e feminismo.